sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Reuniões para tratar demandas de AGU e Arquivo Nacional serão remarcadas

Reuniões para tratar demandas de AGU e Arquivo Nacional serão remarcadas

Condsef     -     30/11/2012




A ausência de representantes da Secretaria de Gestão Pública motivou o adiamento de reuniões que tratariam de demandas dos servidores administrativos da AGU (Advocacia-Geral da União) e do Arquivo Nacional. O debate dos encontros envolvia, entre outros temas, a discussão sobre reestruturação de tabela salarial e carreira desses setores.


Por considerar que a ausência de gestores fundamentais para o avanço dos debates prejudicaria o andamento das reuniões, a Condsef espera que um novo agendamento com todos os envolvidos não demore a acontecer. O Ministério do Planejamento informou à Condsef que vai buscar a remarcação das reuniões ainda para este ano.

Enquanto isso, a Condsef, em conjunto com outras 30 entidades nacionais que compõem o fórum em defesa dos servidores e serviços públicos, segue debatendo ações para fortalecer a luta da categoria em 2013. 


No dia 11 de dezembro, às 15 horas, as entidades se reúnem na sede da Condsef em Brasília onde devem definir datas para atividades pré-programadas, incluindo o lançamento da Campanha Salarial 2013. 

Os eixos que unificaram a luta dos servidores federais este ano devem permanecer os mesmos já que na avaliação de todas as entidades não houve avanços significativos na busca por melhoras no setor público.


Justiça Federal no Rio tem que divulgar salários com nomes de servidores, decide STF

Justiça Federal no Rio tem que divulgar salários com nomes de servidores, decide STF

Agência Brasil     -     30/11/2012




Brasília – A identificação nominal da remuneração dos servidores da Justiça Federal no Rio de Janeiro deve ser divulgada, segundo determinação liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). A divulgação estava suspensa por decisão da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária no Rio de Janeiro, em ação movida pelo Sindicato dos Servidores da Justiça Federal no Estado do Rio de Janeiro.


O entendimento local era contrário à resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que regulamentou a divulgação de salários após a vigência da Lei de Acesso à Informação. O relator do processo, ministro Antonio Dias Toffoli, derrubou a decisão de primeira instância alegando que as normas do CNJ só podem ser questionadas no STF.


No dia 3 de julho, o CNJ determinou que tribunais de todo o país - estaduais, trabalhistas e federais - divulgassem informações completas sobre a remuneração de juízes e servidores. As informações devem ser disponibilizadas nas páginas dos tribunais na internet, com nome, cargo que ocupa e valores recebidos no mês.


O tribunal também deve informar sobre vencimentos extras, como abonos de permanência e diárias, além de descontos feitos na folha de pagamento com impostos e previdência.



Pela classe

Pela classe
Lauro Jardim
Veja - Radar on-line     -     30/11/2012




A direção da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) enviou um pedido para o gabinete de Joaquim Barbosa. Quer uma audiência com ele.

Quando conseguir, vai dizer que, se por um lado Barbosa, na presidência do CNJ, vai botar para quebrar na punição de juízes que cometem crimes, por outro, na presidência do STF, deve trabalhar pela valorização da carreira. 


Ou seja, tem que pressionar o governo para conseguir aumento para os magistrados.


CONSELHO DELIBERATIVO DA FUNPRESP-EXE TOMA POSSE

CONSELHO DELIBERATIVO DA FUNPRESP-EXE TOMA POSSE

MPOG     -     30/11/2012




Brasília - Nesta sexta-feira (30), foi realizada a posse dos integrantes do Conselho Deliberativo da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe). A secretária-executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Eva Chiavon, presidenta do Conselho, comandou sua primeira reunião, quando foram empossados os seis conselheiros.


Além de Eva Chiavon, foram empossados Nelson Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Fazenda; Carlos Eduardo Gabas, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social; Beto Ferreira Martins Vasconcelos, secretário-executivo da Casa Civil, Fernando Luis Albuquerque Faria, vice-advogado da Advocacia-Geral da União (AGU), e Walter Ribeiro, diretor-adjunto do Senado Federal. Os conselheiros foram nomeados por decreto presidencial e terão mandato de dois anos.


Eva Chiavon classificou a posse dos conselheiros como um momento histórico. "A Funpresp-Exe é um projeto de Estado e um projeto de nação. As pessoas envolvidas na criação deste fundo pensaram nas futuras gerações", declarou a presidenta do conselho.


Ao destacar a importância do Fundo, a conselheira comentou a tendência mundial do envelhecimento da população. "A estimativa é de que, em cinco anos, 40% da nossa força de trabalho estará apta à aposentadoria. 


A Funpresp, a exemplo de países onde o sistema funciona, como EUA, Japão e Inglaterra, irá dotar e consolidar um regime de previdência que vai equilibrar o sistema e possibilitar recursos para investimentos importantes para nossas políticas públicas", afirmou.

INOVAÇÃO E MODERNIZAÇÃO NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO


Os conselheiros destacaram o papel da Funpresp na promoção da justiça previdenciária. Para Carlos Eduardo Gabas, a previdência complementar é um importante mecanismo de proteção. "Dos 10 maiores fundos de pensão do mundo, nove são de servidores público. 


O mundo todo caminha para a previdência complementar como instrumento de proteção social. Temos absoluta convicção de que o novo fundo é muito melhor do que a regra atual. 

A Funpresp-Exe traz uma inovação e modernização ao serviço público que estava passando da hora. Os servidores estarão muito melhor protegidos com mais justiça previdência e mais justiça para a sociedade brasileira", ressaltou.

"A criação do Fundo será importante como justiça previdenciária. Ele representa um ganho para os servidores. Não tenho dúvida de que, com essas regras, o servidor público que entra relativamente jovem e contribui ao longo do seu período de trabalho vai ter uma aposentadoria bem mais favorável do que teria nas regras atuais", observou Nelson Barbosa.


O conselheiro Fernando Luis Albuquerque Faria acredita que o novo modelo vai garantir o equilíbrio nas contas públicas.  "A criação do fundo é em benefício da sociedade, das finanças do Estado brasileiro e dos servidores", disse.


Walter Ribeiro destacou a relação interinstitucional entre os poderes Legislativo e Executivo. "A criação de uma fundação para o legislativo não atenderia o interesse publico, porque neste momento seria absolutamente inviável economicamente a sustentação de uma fundação. Foi muito importante a decisão de permitir a entrada do Legislativo no novo fundo", finalizou.


Logo após a posse, os conselheiros participaram da primeira reunião do Conselho, conduzida pela presidenta Eva Chiavon. Na ordem do dia, foram discutidos e aprovados a Estrutura Organizacional e o Plano de Cargos e Salários da Fundação.



ENTREVISTA COM EVA CHIAVON, PRESIDENTA DO CONSELHO DELIBERATIVO DA FUNPRESP-EXE

ENTREVISTA COM EVA CHIAVON, PRESIDENTA DO CONSELHO DELIBERATIVO DA FUNPRESP-EXE

MPOG      -     30/11/2012




Brasília - Nesta sexta-feira (30), tomou posse o Conselho Deliberativo da Funpresp-Exe. 

A secretária-executiva do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Eva Chiavon é a presidenta do Conselho. Em entrevista, ela fala sobre a importância da criação do novo fundo. Confira abaixo:

Qual é a importância da instituição do Fundo de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) para a previdência brasileira?


A Funpresp-Exe é um projeto de Estado, é um projeto de Nação. A instituição do fundo é um momento histórico para o país, pois vai estancar o déficit da previdência dos servidores, possibilitando a reversão desta situação no longo prazo.


A Funpresp-Exe concretiza um projeto iniciado em 2003 com a autorização pela Constituição do regime de Previdência Complementar para os Servidores Públicos. E, sobretudo, passa a dar tratamento isonômico a servidores do setor público e aos trabalhadores da esfera privada no que diz respeito à previdência.


O que o Funpresp-Exe traz de modernização para o sistema previdenciário do Brasil?


O Brasil tem o oitavo maior sistema de previdência complementar do mundo. Com a Funpresp-Exe será dado mais um passo para a consolidação do sistema. Nos Estados Unidos a previdência complementar representa mais de 60% do PIB; no Japão 72% e na Inglaterra 80%. É uma tendência mundial.


Atualmente, com o déficit de previdência e com o envelhecimento da população – em 5 anos, 40% da força de trabalho do serviço público federal estará em condições de se aposentar –, a tendência do déficit previdenciário seria aumentar; e a Funpresp-Exe foi criado para reverter este processo.


A Funpresp-Exe chega também para dar mais transparência, controle e previsibilidade aos gastos com a Previdência Pública. A ideia é reduzir os riscos e permitir melhor gestão dos recursos públicos.


A fundação também será uma nova investidora institucional, capaz de fortalecer o mercado de investimentos e possibilitará a expansão do financiamento do desenvolvimento econômico e social.


O que os servidores podem esperar do Funpresp?


A Funpresp-Exe traz garantia, segurança e proteção para o futuro dos novos servidores públicos. Chega para solucionar os problemas previdenciários para as próximas gerações de servidores.


O novo sistema traz características muito mais vantajosas para os servidores, que agora poderão portar sua poupança previdenciária caso migrem para outro fundo e terão autonomia para acompanhar a gestão dos recursos que garantirão sua aposentadoria.



Serviço público federal tem mais de 100 mil apadrinhados

Serviço público federal tem mais de 100 mil apadrinhados

Marcelo da Fonseca
Estado de Minas     -     30/11/2012




O serviço público federal virou um grande cabide para pessoas que não passaram por seleção. Para conseguir o emprego, mais que o mérito, vale ter um padrinho influente

O governo federal e o Congresso empregam hoje mais de 100 mil servidores que não passaram por seleção para o cargo que ocupam. Pelo menos 40 mil deles nem chegaram a prestar qualquer tipo de concurso para entrar no serviço público. Os dados são do próprio Executivo, da Câmara e do Senado e chamam mais atenção agora com o novo escândalo envolvendo funcionários de alta patente do governo – todos eles alçados aos cargos por indicação política. 

É o caso dos irmãos Paulo Vieira e Rubens Vieira, ex-diretores de agências reguladoras; José Weber de Holanda, segundo na hierarquia da Advocacia-Geral da União (AGU); e Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Para cientistas políticos ouvidos pelo Estado de Minas, a meritocracia, que deveria ser priorizada pelos governantes para nomear ocupantes de cargos públicos, fica muitas vezes deixada de lado para dar espaço às negociações e interesses partidários.

No Congresso, são 14.942 cargos ocupados por meio de nomeações livres e que não exigem do funcionário qualquer tipo de graduação ou qualidade técnica comprovada. Segundo os dados da Câmara, até o final de agosto 10.389 servidores trabalhavam na Casa por indicação dos deputados. Cada parlamentar pode indicar até 25 nomes para atuar nos gabinetes como assessores parlamentares, com vencimentos variando entre o salário mínimo e R$ 8 mil. 

A Câmara ainda reserva 1.394 vagas comissionadas para indicações feitas pelos ocupantes da Mesa Diretora e dos partidos políticos (o número de vagas é proporcional ao tamanho da legendas), com salários entre R$ 2,6 mil e R$ 14 mil. Já no Senado, 3.159 servidores atuam sem ter passado por concursos. Cada senador pode empregar em seus gabinetes cinco assessores técnicos, seis secretários e motorista.

O maior contingente de indicados aos cargos públicos, no entanto, está espalhado pelos órgãos federais e ministérios. Existem hoje 87.245 funcionários comissionados de livre nomeação, grande parte deles com cadeiras garantidas em estatais e órgãos gestores graças a acordos entre partidos e ligações com pessoas influentes dentro das legendas. Desse total, 22.084 ocupam cargos de direção e assessoramento superior, considerados de confiança. Os demais, cerca de 65 mil funcionários, podem até ter passado em alguma seleção, mas não para o cargo que ocupam.

BALCÃO “Infelizmente, no Brasil, a meritocracia não criou raízes profundas no meio institucional. Isso, na prática, significa que o mérito pessoal baseado na qualidade dos serviços prestados acaba ficando de lado e é menos valorizado que as indicações políticas”, explica o analista político Gaudêncio Torquato. Segundo ele, a relação entre ocupantes de cargos públicos e políticos se tornou um verdadeiro ciclo de negócios comum tanto nas instâncias federais quanto nas estaduais e municipais, o que explica muitos dos problemas que se repetem nas administrações. “Com pessoas pouco preparadas tecnicamente para exercer determinadas funções, entram em cena desvios e erros”, afirma Torquato.

Para o analista, não existiriam soluções a curto prazo para resolver os excessivos problemas ligados às pessoas indicadas aos cargos de confiança, uma vez que o modelo de presidencialismo de coalizão fomenta as práticas de negociação entre grupos políticos para chegar ou se manter no poder.

 “A primeira medida seria que os partidos passassem a adotar um rigor maior no quadro de indicados. Depois, colocar em prática a transparência total dos integrantes, sejam as agendas, reuniões e negociações envolvendo servidores públicos em nível de chefia”, aponta Torquato. Ele acrescenta que a redução das vagas por indicações também deve ser uma meta dos governos, assim como o estímulo de controles mais rigorosos pelos órgãos fiscalizadores.

O aumento das negociações envolvendo cargos de confiança  é apontado pelo cientista político Rudá Ricci como um dos principais problemas enfrentados pela administração pública nos dias de hoje. Segunde ele, a prática que se tornou mais comum a partir de 2002 com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao poder e com a busca por uma ampla coalizão para governar, está cada vez mais disseminada pelos municípios brasileiros.

 “Desde que Lula assumiu, a composição governamental se tornou prioridade e muitos partidos receberam cargos como forma de participar do poder. Até mesmo grupos de oposição. E isso exige muita concessão política. Nessas eleições tivemos vários casos em que as negociações começaram logo depois dos resultados das urnas. Quem perde com isso somos nós eleitores”, lembra Rudá.


Reajuste do STF avança na Câmara

Reajuste do STF avança na Câmara

BSPF     -    30/11/2012




A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou projeto reajustando o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Procurador-Geral da República dos atuais R$ 26.723,13 para R$ 28.059,29 a partir de 1º de janeiro de 2013, representando um aumento de 5%, tudo conforme propôs a presidente Dilma Rousseff no Orçamento Geral da União para o próximo ano. 

O projeto também segue os reajustes salariais até 2015 negociados pelo governo com os servidores públicos, prevendo 15,8% distribuídos em três anos. O impacto previsto no Orçamento de 2013 é de R$ 160 milhões.

Efeito cascata

Os vencimentos dos ministros do Supremo servem de teto salarial para todo o funcionalismo público e o reajuste tem efeito cascata para os membros da magistratura. O salário do procurador-geral também incide sobre os demais integrantes do Ministério Público da União. A partir de 1º de janeiro de 2014, os ministros do Supremo passarão a receber R$ 29.462,25, e o salário será de R$ 30.935,36 a partir de 1º de janeiro de 2015. O reajuste foi menor do que o pretendido pelo Supremo.

Várias tentativas

O projeto encaminhado à Câmara, em 2010, pelo então presidente do STF, Cezar Peluso, estabelecia o valor de R$ 30,6 mil a partir de janeiro do ano de 2011. Depois desse projeto, outros foram encaminhados pelo Supremo e pelo procurador-geral, nos anos seguintes, prevendo mais reajustes. Neste ano, a proposta enviada fixava o índice de reajuste em 7,12% para valer a partir de janeiro do próximo ano.

Outras comissões

A matéria ainda será apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara antes de seguir para o plenário da Casa.

Servidores terão que esperar

O presidente da comissão, Antonio Andrade (PMDB-MG), afirmou que outro projeto, o que trata do reajuste salarial dos servidores do Judiciário, deverá ser votado na próxima semana. A proposta é seguir o mesmo índice de 5% em três anos concedidos aos demais servidores negociados pelo governo, embora os funcionários do Judiciário pressionem por um aumento maior.

A vez dos deputados e senadores

A aprovação do reajuste salarial para os ministros do Supremo agitou os bastidores na Câmara. A expectativa é de que o mesmo reajuste seja aplicado aos salários dos deputados e dos senadores. Há uma proposta de emenda constitucional pronta para ser votada pelo plenário determinando reajustes automáticos para os parlamentares idênticos aos que forem aprovados para os ministros do Supremo. Dessa forma não seria necessário passar pelo desgaste político de aprovar um projeto de lei aumentando seus próprios salários.

Automático

Essa mesma proposta também concede o reajuste automático para a presidente da República, vice-presidente, ministros de Estado, procurador-geral e defensor público.

Fonte: Jornal de Brasília


Contra a reforma

Contra a reforma

BSPF     -    30/11/2012




Cerca de mil manifestantes de diversas categorias dos setores público e privado promoveram ontem, aqui em Brasília, um ato pela anulação da Reforma da Previdência, pelo fim do Fator Previdenciário e contra proposta de acordo coletivo que prevê a flexibilização de direitos trabalhistas assegurados pela Constituição. 

Além da luta pela anulação da Reforma da Previdência, aprovada no Congresso Nacional com o auxílio da compra de votos, os trabalhadores lutam fortemente contra o ressurgimento de um projeto que flexibiliza os direitos trabalhistas.

Fonte: Jornal de Brasília


Associações de juízes usam mensalão para contestar nova Previdência para servidores

Associações de juízes usam mensalão para contestar nova Previdência para servidores

O DIA     -    30/11/2012




Brasília -  O julgamento do processo do mensalão ainda não terminou no Supremo Tribunal Federal (STF), mas já está sendo usado para questionar a reforma da Previdência aprovada pelo Congresso Nacional em 2003. Para duas associações de juízes, a alegação de que houve compra de apoio parlamentar justifica a anulação da norma.

O processo foi protocolado pela Associação dos Magistrados Brasileiros  (AMB) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra). Ele foi distribuído para Marco Aurélio Mello. O ministro do STF já relata outro processo sobre o novo regime previdenciário para o serviço público.

As entidades argumentam que a reforma deve ser anulada porque tem diversos vícios, entre eles, a ausência de discussão na Câmara e no Senado, a violação do princípio da moralidade e a fraude ao processo legislativo por meio de conduta criminosa.

“Ficou contaminado o processo de votação da emenda pela comprovação, no julgamento do STF, que houve compra de votos na votação. Teria havido uma influência econômica que não foi apenas a opinião de quem votou”, disse esta tarde o presidente da AMB, Nelson Calandra.

A alteração na Constituição permitiu a dispensa de lei complementar especial para regulamentar o regime de previdência do servidor público. Além de criticar a compra de votos no caso, as associações de juízes alegam que, sem a lei complementar, haverá “insegurança jurídica na criação das dezenas ou centenas de entidades de previdência complementar pela União, estados e municípios”.

O grupo ainda defende que a regra proposta pelo Executivo não pode ser usada para o Judiciário, pois só o STF tem a prerrogativa de encaminhar projeto de lei complementar sobre a previdência de magistrados.


Condsef participa de audiência pública na Câmara em busca de soluções para fortalecer Dnocs

Condsef participa de audiência pública na Câmara em busca de soluções para fortalecer Dnocs

BSPF     -     30/11/2012




A Condsef esteve na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira onde participou de uma audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, que discutiu soluções para fortalecer o Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).

A audiência foi solicitada pelo deputado Eudes Xavier e teve como um dos temas centrais o debate sobre a Portaria nº 156, de 14 de maio de 2012, que institui no âmbito do Dnocs, o Grupo de Monitoramento Estratégico (GME), suas ações e impactos para o Nordeste.

 Além da Condsef, a audiência contou com a presença de representantes do Ministério da Integração Nacional, Ministério do Planejamento, Dnocs e Associação dos servidores do Departamento. Um dos parlamentares presentes, deputado Chico Lopes, apresentou proposta de criação de um grupo de trabalho composto por parlamentares, representantes do governo e dos servidores para tratar a situação do órgão em 2013.

Em sua intervenção, a Condsef falou da importância de se somar forças para buscar soluções para esse órgão secular. Parlamentares, entidades e trabalhadores devem exigir do governo ações para o fortalecimento do Dnocs que envolvem sua reestruturação, incluindo a realização imediata de concurso para reposição de força de trabalho. Hoje cerca de 1.700 servidores ativos trabalham em todo o polígono das secas. Até 2016 muitos desses servidores devem se aposentar; o que cria a necessidade urgente da realização de concursos.

Há 103 anos o Dnocs traz benefícios científicos e socioeconômicos para a região Nordeste e todo o semiárido e deve ser tratado como órgão estratégico do governo. Os debates sobre soluções para fortalecimento do Dnocs devem continuar. A previsão é de que outra audiência pública seja convocada em março do próximo ano. 

O objetivo também é criar uma frente parlamentar em defesa do Dnocs garantindo o levante de propostas capazes de auxiliar na busca pela reestruturação do departamento. Tudo para que o Dnocs continue a atender ainda com mais ênfase milhares de famílias que vivem em uma região que depende muito de auxílio para superar os desafios da seca.

Fonte: Condsef


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Juízes vão ao STF questionar reforma da previdência

Juízes vão ao STF questionar reforma da previdência

Consultor Jurídico     -     29/11/2012




A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) ajuizaram, no Supremo Tribunal Federal, Ação Direta de Inconstitucionalidade em que contestam a validade da Emenda Constitucional 41/2003, chamada de Reforma da Previdência 2, que autorizou a instituição da previdência complementar privada dos servidores públicos, o Fundo de Pensão do Servidores Públicos Federais do Judiciário (Funpresp-Jud) — Lei 12.618/2012.


A ação tem como base o julgamento da Ação Penal 470, processo do mensalão, no Supremo, que considerou que a aprovação da Emenda Consitucional é resultado de corrupção. Com isso, segundo as associações, a redação dada pela EC 41/2003, padece de vício de inconstitucionalidade formal, decorrente da violação ao artigo 1º, parágrafo único, porque não houve a efetiva expressão da vontade do povo por meio dos seus representantes na votação da PEC. Além deste, a ADI cita outros vícios, como a violação ao artigo 5º, LV, porque o processo legislativo, que integra o devido processo legal, foi fraudado por meio de conduta criminosa.


“Afinal, ainda que a Corte tenha reconhecido apenas a prática do crime de corrupção no processo legislativo que resultou na promulgação da EC 41/2003, dúvida não pode haver que a conduta ocorrida subsume-se à hipótese de um dos “crimes contra o livre exercício dos poderes constitucionais”, qual seja o previsto no artigo 6º, item 2, da Lei 1.079 (“usar de violência ou ameaça contra algum representante da Nação para afastá-lo da Câmara a que pertença ou para coagi-lo no modo de exercer o seu mandato bem como conseguir ou tentar conseguir o mesmo objetivo mediante suborno ou outras formas de corrupção”), dai resultando a prova da inconstitucionalidade".


A ADI afirma também que seria necessária lei complementar prevista anteriormente para o fim da instituição da previdência complementar. “Sem a edição de uma lei complementar especial para disciplinar a previdência complementar de natureza pública, haverá uma grande insegurança jurídica na criação das dezenas ou centenas de entidades de previdência complementar pela União, Estados e Municípios, diante da incerteza sobre quais normas atualmente existentes — pertinentes à previdência complementar de natureza privada — seriam aplicáveis ou não ao regime de previdência complementar de natureza pública”.


De acordo com a ação, ainda que pudesse ser autorizada a instituição de entidade de previdência complementar para os servidores públicos, por lei de iniciativa do Poder Executivo tal entidade não poderia alcançar a magistratura, pois é de competência do STF a iniciativa de lei complementar que disporá sobre a previdência dos magistrados.


Além disso, segundo as associações, a Lei 12.618/2012 não observou a exigência contida no parágrafo 15 do artigo 40 da Constituição Federal de que a previdência complementar seria instituída por “intermédio de entidades fechadas ..., de natureza pública”, já que autorizou a criação de uma entidade de previdência complementar com nítido caráter de natureza privada.


Para a AMB e a Anamatra, o acolhimento desses fundamentos inviabiliza a instituição da previdência complementar aos membros da magistratura, pelo menos até que seja editada uma lei complementar de iniciativa do STF, ou editada uma lei complementar especial para dispor sobre a previdência complementar de natureza pública. “Ou ainda, com base no princípio da eventualidade, uma lei ordinária que efetivamente preveja a criação de uma entidade de previdência complementar de natureza pública e não privada”.



Comissão aprova reajuste de 5% para ministros do STF

Comissão aprova reajuste de 5% para ministros do STF

Consultor Jurídico     -     29/11/2012




A Comissão de Finanças e Tributação aprovou, nesta quarta-feira (28/11), projeto de lei que prevê reajuste de 5% para ministros do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República a partir de janeiro de 2013. Com isso, o teto do funcionalismo público passaria de R$ 26.723,23 para R$ 28.059,28. 


Como vários vencimentos são vinculados à remuneração dos ministros e do procurador-geral, o aumento também beneficiaria juízes e procuradores. O texto ainda precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara antes de ser apreciado no Senado. As informações são do portal G1.

Pela proposta, os ministros e o procurador deverão ter o mesmo percentual de aumento, de 5%, em 2014 e 2015. Com isso, se aprovado o projeto em definitivo, o teto salarial do funcionalismo chegará a R$ 30.935,36 em 2015.


O reajuste é menor do que o reivindicado pelo Judiciário e já estava previsto no Orçamento de 2013. Em setembro, o então presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, enviou projeto de lei ao Congresso solicitando ajuste de 7,12% em 2013. Com a aprovação da proposta de 5% de aumento, o projeto do Supremo foi derrubado.


“Todos os demais projetos de reajuste foram apensados a este, então para haver outro aumento teria que ser enviada uma nova proposta. Nesse ano não tem como oferecer reajuste maior mais”, afirmou o deputado Antônio Andrade (PMDB-MG), relator do projeto que fixa o aumento em 5%.


O deputado afirmou que há acordo para aprovar, na próxima semana, proposta de reajuste de 5% para servidores do Judiciário. O percentual é o mesmo previsto para funcionários do Executivo. Segundo ele, se aprovado o projeto, o impacto no orçamento, considerando também a remuneração dos ministros, será de R$ 1,1 bilhão.


“O Judiciário queria um valor maior, e é justo, mas depois de negociações chegamos à conclusão de que o valor razoável seria o mesmo oferecido ao Poder Executivo. A situação econômica do país só permite esse aumento”, disse Antonio Andrada.


Orçamento do STF para 2012


Em setembro de 2011, o Supremo Tribunal Federal aprovou o orçamento de 2012 que prevê R$ 614 milhões para o custeio da corte. O orçamento previa aumento de 14,79% dos salários dos ministros da corte, que passariam dos atuais R$ 26.725 para R$ 30.677.


Posteriormente foi enviado um segundo projeto ao Congresso que incluia um reajuste adicional de 4,8% nos salários. A Comissão de Trabalho da Câmara aprovou as duas propostas e o salário passou para R$ 32 mil. Com a aprovação do reajuste de 5%, foi derrubada a proposta de aumento que resultaria num salário de mais de R$ 30 mil no ano que vem.


A questão do reajuste do Judiciário já gerou atritos entre o Supremo Tribunal Federal e o Executivo. Quando a proposta de reajuste de 14,79% foi apresentada pelo STF, no meio do ano passado, a presidente Dilma Rousseff afirmou que não havia dinheiro para pagar o aumento. Naquela ocasião, o governo defendia um esforço para cortar gastos por causa da crise econômica mundial.


O então presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Cezar Peluso, criticou a posição do Palácio do Planalto.


Servidores da AGU pedem 'fora Adams' na porta do órgão em Brasília

Servidores da AGU pedem 'fora Adams' na porta do órgão em Brasília

Folha de S. Paulo     -     29/11/2012




BRASÍLIA - Servidores da AGU (Advocacia Geral da União) fizeram nesta quinta-feira (29) manifestação em frente ao o órgão, em Brasília, quando pediram o afastamento do ministro Luís Inácio Adams do cargo para que seja apurado se ele tinha conhecimento da participação de José Weber, até sábado seu braço direito no órgão, em suporto esquema de corrupção.

Weber participaria de quadrilha que comprava pareceres públicos atendendo a interesses privados, segundo investigação da Operação Porto Seguro da Polícia Federal.

"O escândalo demonstra o equívoco da gestão dele na AGU. A concepção dele é de uma advocacia de governo e não da defesa da União", afirmou Allan Titonelli, presidente do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional).

O ministro convocou a imprensa para uma coletiva na tarde de hoje, quando deve comentar o assunto. As pessoas próximas a ele têm afirmado que Adams desconhecia os fatos.

"Não podemos ser levianos, mas os fatos devem ser apurados. Se for necessário, o ministro deve ser afastado para que haja uma investigação isenta", afirmou Simone Fagá, diretora da Unafe (União dos Advogados Públicos Federais do Brasil).

A manifestação reuniu cerca de 60 pessoas. Servidores também pediram o afastamento do chefe da consultoria, Arnaldo Godoy, do cargo. Ele elaborou parecer de interesse da quadrilha. Godoy se diz "usado" pelo esquema alegando que fez o parecer de acordo com suas convicções e só soube agora a razão do interesse de Weber no assunto.


Comissão aprova aumento de gratificação para servidores do Ministério Público

Comissão aprova aumento de gratificação para servidores do Ministério Público

Agência Câmara Notícias     -     29/11/2012




A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou, no último dia 21, o Projeto de Lei 4362/12, da Procuradoria-Geral da República, que prevê aumento de 50% para 100% da Gratificação de Atividade do Ministério Público da União (Gampu), incidente sobre o vencimento básico dos servidores. 

Pela proposta, a recomposição deverá ser feita em três parcelas: 72,5% a partir de janeiro do ano que vem; 86,25% em janeiro de 2014; e 100% a partir de janeiro de 2015.

A Procuradoria-Geral da República argumenta que o reajuste é necessário para recompor perdas provocadas pela inflação.

Hoje, a Lei 11.415/06, que regulamenta a carreira e a remuneração dos servidores do Ministério Público da União, determina que a Gampu deve ser calculada mediante a aplicação do percentual de 50% incidente sobre o vencimento básico.

Remoção de servidores

O relator do projeto, deputado Luciano Castro (PR-RR), recomendou a aprovação. Ele acolheu emenda apresentada pelo deputado Policarpo (PT-DF), que permite que o servidor seja removido para outra unidade após dois anos de trabalho no mesmo setor.

Tramitação

A proposta, que tramita em regime de prioridade e em caráter conclusivo, será analisada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Relator promete cautela em debate sobre aposentadoria especial de servidor

Relator promete cautela em debate sobre aposentadoria especial de servidor

Agência Câmara Notícias     -     29/11/2012




Nesta quinta-feira (29), a Comissão de Seguridade Social discutiu com representantes de classe a proposta de lei complementar (PLP 555/10) que estende aos servidores públicos que exercem atividades de risco à saúde o benefício da aposentadoria especial, já usufruído na iniciativa privada.

A aposentadoria especial é uma aposentadoria por tempo de contribuição, mas com redução desse tempo para compensar o trabalhador que se arrisca. Segundo a proposta, o servidor precisará provar o exercício da atividade por, no mínimo, 25 anos, dos quais dez no serviço público e cinco no cargo efetivo da aposentadoria especial.

No entanto, segundo o deputado Amauri Teixeira (PT-BA), relator da proposta, o texto precisa ser mais discutido, pois um artigo estabelece a necessidade de caráter permanente da exposição ao risco, o que dá margem a interpretações sobre o direito ao benefício. "O tema é complexo demais para queremos acelerar o processo. É importante? É. Já demorou demais? Já. Mas o relatório precisa ser feito com o máximo de cautela", afirma.

A proposta enquadra qualquer profissão que envolva riscos físicos, biológicos e químicos. Entre elas a de trabalhadores de laboratórios, os que fazem autópsias ou exumam cadáveres e os que trabalham em estábulos ou em postos de vacinação de animais, além de médicos e odontologistas.

Questões

Segundo a advogada Thais Maria Riedel, o texto precisa atentar para as diferenças de regimes de aposentadoria público e privado. Para ela, ao aplicar a regra do INSS, existem detalhes que precisam ser observados para que não demandem ações judiciais. Entre esses detalhes estariam questões como a possibilidade do servidor acumular dois cargos ou do servidor que tira licença por estar doente, “vai contar ou não vai contar esse tempo”, questiona.

A advogada lembra ainda serem necessárias regras de transição. “Tem que ter uma regra de transição pra quem já estava no servidor público. Então são vários detalhes que, se a legislação não observar, vão ter lacunas que vão caber ao Judiciário decidir", argumenta.

Desde a publicação da Lei 9.717/98, o direito à aposentadoria especial está condicionado à lei complementar que regulamente a Constituição. Como ela não foi feita, atualmente há centenas de mandados de injunção impetrados no STF para assegurar esse direito.

Além da Comissão de Seguridade Social e Família, a proposta passará ainda pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça antes de ir a plenário.


Trabalho aprova criação de funções e cargos comissionados no STF

Trabalho aprova criação de funções e cargos comissionados no STF

Agência Câmara Notícias     -     29/11/2012




A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou, na quarta-feira (21), o Projeto de Lei 4359/12, do Supremo Tribunal Federal, que cria 54 funções e três cargos comissionados no quadro funcional do tribunal.

Pela proposta, são criadas 52 funções comissionadas de nível FC-2; duas funções comissionadas FC-4; e três cargos em comissão de nível CJ-1. As despesas decorrentes da aplicação da proposta, estimadas em R$ 1,182 milhão, serão pagas pelos recursos destinados ao STF no Orçamento Geral da União.

A relatora, deputada Gorete Pereira (PR-CE), apresentou parecer pela aprovação da matéria. Segundo ela, a criação das funções viabiliza a uniformização do tratamento dispensado aos substitutos.

“Essa é a principal medida contemplada no projeto, que também prevê a criação de duas FC-04 e de três cargos em comissão de nível CJ-1 para sanar problemas pontuais da estrutura organizacional do Supremo”, disse.

Carência de funções

O presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, disse que o Supremo tem 1.135 servidores, sendo que 37,35% têm função comissionada. Segundo ele, esse percentual é “uma das menores relações dentro do Poder Judiciário da União”. “Em face da carência de funções, atualmente há substitutos sem nenhuma função comissionada correspondente”, acrescentou.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será ainda analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.


Associações usam decisão para pedir ao STF anulação de reforma da previdência

Associações usam decisão para pedir ao STF anulação de reforma da previdência

Ricardo Brito
O Estado de S. Paulo     -     29/11/2012




Entidades alegam que houve 'vício de inconstitucionalidade formal' na aprovação da proposta

BRASÍLIA -  As associações dos magistrados Brasileiros (AMB) e da Justiça do Trabalho (Anamatra) pediram na última quarta-feira, 28, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que anule a Emenda Constitucional que instituiu a segunda etapa da Reforma da Previdência no governo Lula em 2003. 

As entidades alegam que houve "vício de inconstitucionalidade formal" na aprovação da proposta porque, conforme mostrou o julgamento do mensalão pelo próprio tribunal, houve a compra de apoio político resultou da compra de apoio político "perpetrado por integrantes do Poder Executivo em face de membros do Poder Legislativo".

A ação foi distribuída por prevenção para o ministro Marco Aurélio Mello relatar, uma vez que ele já cuida desde outubro de outro processo que contesta a lei que criou o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Públicos Federais, o Funpresp. O novo regime de previdência para o funcionalismo público dos Três Poderes, que deve entrar em vigor em 2013, só foi possível ser aprovado graças à emenda constitucional aprovada no primeiro ano do governo Lula e agora contestada pelas duas associações.

"Tornou-se público e notório, a partir do julgamento da ação penal 470, realizado por esse egrégio Supremo Tribunal Federal, que o processo legislativo da PEC 40/2003 que resultou na promulgação da EC n. 41/2003, decorreu de ato criminoso (corrupção) perpetrado por integrantes do Poder Executivo em face de membros do Poder Legislativo, sem o qual não teria sido possível aprovar a Reforma da Previdência número 2", afirmou o advogado Alberto Pavie Ribeiro, na ação.

Na petição inicial, a defesa das entidades cita reportagem de O Estado de S. Paulo de outubro na qual, após os ministros do Supremo terem decidido que deputados venderam seus votos para aprovar projetos de interesse do governo Lula, as propostas - como as reformas tributária e previdenciária - tornaram-se passíveis de contestação no tribunal. Na ocasião, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) disse que havia acionado a assessoria jurídica do partido para buscar brechas para contestar as matérias aprovadas.

"Mostra-se necessário, assim, o pronunciamento desse egrégio STF sobre tal matéria, seja para acolher a alegação de nulidade, seja para rejeitá-la, porque o que não pode subsistir é a dúvida sobre a validade dessas normas, após o julgamento da AP 470, pelo menos quanto a Reforma da Previdência", afirmou o advogado, no pedido.

As entidades pedem a concessão de liminar do STF para suspender os efeitos da emenda constitucional e, no mérito, a anulação da reforma da previdência. A medida, por tabela, barraria a entrada em vigor do Funpresp.


Cassação de aposentadoria de servidores é tema de ADI no Supremo

Cassação de aposentadoria de servidores é tema de ADI no Supremo

BSPF     -     29/11/2012




A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4882), no Supremo Tribunal Federal (STF), contra dispositivos legais que autorizam a cassação da aposentadoria de servidores públicos.

A entidade contesta o inciso IV do artigo 127 e o artigo 134 da Lei 8.112/90, que dispõe sobre o regime jurídico aplicável aos servidores públicos civis da União.

O primeiro dispositivo fixa como penalidade disciplinar a cassação de aposentadoria ou a disponibilidade do servidor. Já o artigo 134 da Lei 8.112/90 determina que será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

Na ADI, a associação contextualiza a história da aposentadoria no Brasil e explica que as disposições previstas na lei em questão poderiam ser aplicadas segundo as regras previstas no século passado, “quando as aposentadorias eram uma benesse do Estado”.

No entanto, a Anfip destaca que hoje esses dispositivos são inconstitucionais porque a aposentadoria é uma “contraprestação estatal decorrente da exclusiva contribuição do próprio servidor público”. Assim, a penalidade prevista nos dispositivos contestados torna-se “verdadeiro enriquecimento ilícito da União”.

Segundo a associação, diante do poder-dever do Estado de punir servidores que incorram em algum ilícito, seria o caso de a Administração Pública não conceder a aposentadoria e, em consequência, ressarcir as contribuições realizadas. “Todavia, preenchidos os requisitos para a concessão e concedida a aposentadoria pelo ente estatal, tem-se, no caso, caracterizado o ato jurídico perfeito”, alerta.

Diante desses argumentos, a Anfip afirma que as regras legais violam o princípio constitucional da segurança jurídica, do devido processo legal, da razoabilidade, da proporcionalidade e da dignidade humana. 

A entidade acrescenta a essas violações constitucionais a possibilidade de dano certo e imediato ao servidor, o desrespeito ao direito adquirido e, no caso de pensionistas, afirma que pena “passará da pessoa do suposto servidor apenado”.

No STF, a associação requer a concessão de medida cautelar para suspender a eficácia dos dispositivos. No mérito, pede que seja julgada procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos impugnados.

O relator do processo no STF é o ministro Gilmar Mendes.

Fonte: STF


Um passo rumo ao reajuste

Um passo rumo ao reajuste

Antonio Temóteo
Correio Braziliense     -     29/11/2012




Comissão da Câmara aprova aumento para ministros do STF e para procurador-geral da União. Correção eleva teto do funcionalismo

Após uma intensa negociação entre representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados aprovou ontem os projetos de lei que reajustam o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República. Os PLs nº 7.749/2010 e nº 7.753/2010 aumentam em 15,8%, divididos em três anos, os vencimentos dos magistrados e do procurador e, consequentemente, elevam o teto constitucional dos servidores públicos.

Essa decisão é a primeira vitória do governo na queda de braço com as categorias do funcionalismo, que reivindicam correções superiores à oferecida durante as negociações salariais feitas ao longo do ano. 

Apesar disso, o trâmite para a aprovação final das propostas é longo. Os textos ainda precisam passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário da Câmara, além do Senado Federal, para serem sancionados pela Presidência da República.

Caso os projetos sejam assinados pela presidente Dilma Rousseff, o valor da remuneração dos membros da mais alta Corte do Judiciário e do procurador-geral da República passa dos atuais R$ 26.723,13 para R$ 30.935,36, em 2015. Os relatórios aprovados na CFT preveem que o impacto anual do aumento dos salários dos ministros do Supremo será de R$ 160 milhões aos cofres públicos, e o do chefe da PGR, de mais R$ 62 milhões. Os pareceres também detalham que, em 2013, o valor das remunerações será de R$ 28.059,29 e, em 2014, de R$29.462,25.

Ainda é pouco

A sessão da CFT de ontem foi acompanhada com atenção por representantes da magistratura e do Ministério Público. Após a reunião, o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça Militar da União (Amajum), José Barroso Filho, avaliou que a decisão costurada entre os Poderes e as entidades da categoria foi um avanço na direção de melhorar a defasagem nos contracheques nos últimos anos. “É positivo porque houve diálogo, e esse é o caminho para diminuir as nossas perdas”, comentou.

Para o presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), César Mattar Júnior, o reajuste é insuficiente e a busca por melhorias não deve cessar com essa decisão. “A campanha salarial continua”, destacou. O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Oliveira Toldo, também fez duras críticas à correção de 15,8%. Segundo ele, os juízes e os desembargadores precisam ser valorizados, uma vez que acumulam perdas de quase 30%.

“A ideia é que houvesse revisões anuais nos salários para que não ocorressem perdas no poder de compra. O problema é que o Supremo encaminha os projetos, e o governo e o parlamento não votam nos prazos”, reclamou. Uma assembleia da Ajufe está marcada para o próximo dia 8. Novas paralisações e até mesmo uma greve não estão descartadas.


Finanças aprova elevação do teto salarial dos três Poderes para R$ 28 mil

Finanças aprova elevação do teto salarial dos três Poderes para R$ 28 mil

Agência Câmara Notícias     -     29/11/2012




Proposta aprovada concede aumentos escalonados até 2015 aos ministros do STF, seguindo a mesma regra adotada para reajustar o salário do funcionalismo federal.

A Comissão de Finanças e Tributação aprovou proposta que eleva o teto do serviço público federal para R$ 28.059,29 a partir de 1º de janeiro de 2013. O valor é pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ao presidente e ao vice-presidente da República, aos ministros de Estado, aos 513 deputados federais e aos 81 senadores.

A proposta também já prevê novos aumentos nos próximos anos: R$ 29.462,25 a partir de 1º de janeiro de 2014; e R$ 30.935,36 a partir de 1º de janeiro de 2015. Hoje, o teto é de R$ 26.723,13.

O reajuste foi menor que o pleiteado pelo STF. Pela proposta do tribunal, o teto iria para R$ 34.436 a partir de 1º de janeiro de 2013. Entretanto, por falta de previsão de recursos no Orçamento da União de 2013, o relator da proposta, deputado Antônio Andrade (PMDB-MG), concedeu ao teto o mesmo percentual previsto para o aumento do funcionalismo público federal: 15% dividido em três parcelas.

Aumento em cascata

O relator lembrou que, no caso do Poder Judiciário, o aumento do teto provoca reajustes em cascata, pois há uma vinculação de salários dos juízes com os dos ministros do STF.

A proposta orçamentária de 2013 em discussão no Congresso prevê R$ 1,1 bilhão para a reestruturação ou aumento de remuneração de cargos e funções no âmbito do Judiciário. O relator observou, entretanto, que essa quantia engloba também o reajuste dos servidores, não apenas dos juízes. Segundo ele, o impacto do aumento do teto no âmbito da magistratura federal será de R$ 160 milhões. Se a proposta do STF fosse aprovada, o custo seria de R$ 882 milhões.

O texto aprovado é um substitutivo do relator aos projetos de lei 7749/10, 2197/11 e 4360/12, todos do STF, que propunham reajuste anual para o valor do teto. O atual valor está em vigor desde 2009.

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público havia aprovado os dois primeiros projetos (de 2010 e 2011), fixando o valor do teto em R$ 32.147,90. Essa proposta foi rejeitada pela Comissão de Finanças, por falta de recursos no Orçamento. O último projeto, de 2012, chegou depois dessa votação e foi apensado aos dois primeiros.


Comissão aprova salário de R$ 28 mil para procurador-geral da República

Comissão aprova salário de R$ 28 mil para procurador-geral da República

Agência Câmara Notícias     -     29/11/2012




Proposta concede reajuste de 15% em três parcelas, seguindo a mesma regra aplicada ao funcionalismo público federal.

A Comissão de Finanças e Tributação aprovou na quarta-feira (28) proposta que eleva o salário do procurador-geral da República para R$ 28.059,29 a partir de 1º de janeiro de 2013. Esse valor equivale à proposta de teto salarial do serviço público federal aprovada pela comissão na mesma reunião.

 O procurador-geral da República tem direito ao teto, mas não há uma vinculação automática de reajuste, por isso a proposta tramita separadamente. Atualmente, o salário do procurador-geral é de R$ 26.723,13.

Conforme a proposta, o vencimento do procurador-geral será de R$ 29.462,25 a partir de 1º de janeiro de 2014; e R$ 30.935,36 a partir de 1º de janeiro de 2015. Os reajustes aprovados (15% divididos em três parcelas iguais) são os mesmos da maioria do servidores públicos federais, concedidos pelo Poder Executivo.

O texto aprovado consta de um substitutivo do relator, deputado Aelton Freitas (PR-MG), aos projetos de lei 7753/10, 2198/11 e 4358/12, todos do Ministério Público da União, que previam reajuste anual para o salário do procurador-geral da República. O atual valor está em vigor desde 2009.

Aumento em cascata

A aprovação dos reajustes previstos nos três projetos elevaria o salário do procurador-geral para R$ 34.436, com um impacto de R$ 327,6 milhões no Orçamento Geral da União de 2013. Isso porque os salários dos procuradores da República são vinculados ao do procurador-geral e são reajustados simultaneamente. O índice de reajuste aprovado pela comissão terá um impacto no Orçamento do ano que vem de aproximadamente R$ 62 milhões.

O relator observou que o Orçamento do ano que vem prevê R$ 143 milhões para a reestruturação ou aumento de remuneração de cargos e funções no âmbito do Ministério Público da União e do Conselho Nacional do Ministério Público. Entretanto, o relator considerou que esse valor inclui também os reajustes dos servidores e não apenas dos procuradores.

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público havia aprovado os dois primeiros projetos (de 2010 e 2011), fixando o valor do salário em R$ 32.147,90. Essa proposta foi rejeitada pela Comissão de Finanças, por falta de recursos no Orçamento. O último projeto, de 2012, chegou depois dessa votação e foi apensado aos dois primeiros.

Tramitação

A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelo Plenário.


AGU assegura no STF divulgação nominal da remuneração dos servidores da Justiça Federal do Rio de Janeiro

AGU assegura no STF divulgação nominal da remuneração dos servidores da Justiça Federal do Rio de Janeiro

AGU     -     29/11/2012




A Secretaria-Geral de Contencioso da Advocacia-Geral da União (SGCT/AGU) conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), afastar decisão de primeira instância que garantia a não divulgação e identificação nominal da remuneração dos servidores da Justiça Federal em todo o Estado do Rio de Janeiro.

Segundo a SGCT, a decisão da 12ª Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro era contrária à Resolução nº 151/2012 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). De acordo com a unidade da AGU, estava caracterizada a "usurpação de competência da Suprema Corte para processar e julgar toda e qualquer ação movida contra o CNJ".

O caso estava sendo discutido em uma ação coletiva proposta pelo Sindicato dos Servidores da Justiça Federal no Estado do Rio de Janeiro. A entidade queria que não fosse aplicada à categoria que representa a Resolução nº 151, que determinou aos órgãos do Poder Judiciário a divulgação dos nomes dos servidores e a remuneração nos sítios eletrônicos.

Para a Secretaria-Geral da AGU, apesar de estar questionando ato editado pelo CNJ, a ação foi distribuída em primeira instância na Justiça Federal do Rio de Janeiro, em evidente invasão de competência do STF para processamento e julgamento de toda e qualquer ação contra o Conselho, conforme prevê o artigo 102, inciso I, alínea "r", da Constituição Federal. A decisão da 12ª Vara desobrigava a Justiça Federal local de identificar nominalmente a remuneração dos servidores no Rio de Janeiro.

A AGU, então, ajuizou a Reclamação Constitucional no Supremo. O relator da ação, ministro Dias Toffoli, acolheu os argumentos da Advocacia-Geral assegurando a plena competência do STF. O relator decidiu "suspender os efeitos de decisão reclamada, bem como o trâmite do Processo nº 004110128.2012.4.02.5101". O ministro do Supremo afirmou ainda que o STF é competente para julgar quaisquer ações envolvendo o CNJ ou o Conselho Nacional do Ministério Público.

A SGCT é o órgão da AGU responsável pelo assessoramento do Advogado-Geral da União nas atividades relacionadas à atuação da União perante o STF.


Comissão aprova aumento para o Judiciário

Comissão aprova aumento para o Judiciário

O Globo     -     29/11/2012




Comissão aprova aumento para o Judiciário. Índice de reajuste será de 15,8%, dividido em três anos. Salário de ministro do STF será de R$ 28 mil

BRASÍLIA - Apesar da forte pressão do Judiciário, a Comissão de Finanças e Tributação na Câmara decidiu seguir a orientação do governo e aprovou aumento de 15,8%, dividido em três anos, para os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal e o do procurador Geral da República, que repercutirá nos salários da magistratura e dos procuradores. 

Os magistrados queriam um reajuste de 7,12% em 2013. O projeto terá outras votações, mas se for aprovado, elevará os salários de R$ 26,7 mil para R$ 28 mil em janeiro de 2013.

Há duas semanas, os presidentes de tribunais superiores ofereceram um café da manhã para parlamentares para defender um reajuste maior. O relator do projeto, Antonio Andrade (PMDB-MG), disse que em razão do atual cenário econômico não era possível atender à demanda dos ministros do Judiciário. O impacto do aumento na magistratura será de R$ 160 milhões a cada ano.


Comissão aprova criação de 90 cargos de confiança

Comissão aprova criação de 90 cargos de confiança

O Globo      -      29/11/2012




Nomeações estão ligadas à estrutura da Presidência da República

BRASÍLIA - A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem a criação de 90 novos cargos de livre nomeação e oito funções gratificadas na estrutura da Presidência da República. O projeto de lei da Câmara acabou recebendo um voto em separado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que divulgou que a Presidência teria quase quadruplicado o número de funcionários nos governos Lula e Dilma.

De acordo com levantamento do PSDB, o ex-presidente Itamar Franco teria deixado o Planalto com cerca de 1.800 funcionários, incluindo concursados e de livre nomeação. Fernando Henrique Cardoso, teria reduzido esse número para 1.100. Já no governo Lula, esse total passou de três mil funcionários, e a presidente Dilma Rousseff teria passado a barreira dos quatro mil. Este aumento, justifica o governo, ocorreu porque a Presidência incorporou secretarias especiais criadas na gestão petista.

- É absolutamente impróprio, inoportuno e inadequado esse projeto do governo que cria mais 90 cargos comissionados, portanto, de livre provimento, na Presidência da República. O governo tem demonstrado que não tem nos critérios da impessoalidade, da probidade e da qualificação para essas indicações - criticou Aécio durante a votação na CCJ.

projeto cria mais 162 DAS

Dados do último Boletim Estatístico do Ministério do Planejamento, publicado em agosto, mostram que quando Fernando Henrique deixou o governo, em 2002, havia 68.931 cargos comissionados, de função ou com gratificações - que são destinados a servidores públicos concursados. Em seus oito anos, Lula criou cerca de 17 mil novas posições e chegou a 86.784 cargos em 2010. Em seus primeiros 20 meses de governo, Dilma preencheu outros 1.402 cargos desse tipo.

Já em relação aos chamados DAS, que são cargos de livre nomeação, inclusive para não concursados, a expansão foi menor. FHC entregou o governo com 18.374 cargos. Lula elevou esse número para 21.870. Até agosto, Dilma tinha criado outros 400.

O líder do governo no Congresso, José Pimentel, minimizou a criação dos novos cargos:

- Hoje, 75% dos cargos de confiança do governo federal são preenchidos por servidores concursados.

Ontem à noite na sessão do plenário da Câmara, os governistas aprovaram urgência para apreciação de projeto do Executivo que cria outros 162 DAS e mais de oito mil cargos em toda administração para futuros servidores concursados.


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Projeto de lei tenta esvaziar espaço público da AGU

Projeto de lei tenta esvaziar espaço público da AGU

Heráclio Mendes de Camargo Neto e Allan Titonelli Nunes
Consultor Jurídico     -     28/11/2012





Em setembro, o governo federal enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei complementar, PLP 205/2012, que altera a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União, LC 73/93. Impossível não relacionarmos esse ato com as denúncias relativas à Operação Porto Seguro, pois o que está em jogo nessa queda de braços entre os gestores transitórios da AGU e os Advogados Públicos Federais é o enfraquecimento ou fortalecimento da advocacia de Estado em face de uma advocacia de governo sujeita a ingerencias políticas anti-republicanas. 


Assim, a nova Lei Orgânica da AGU deveria resguardar as atribuições constitucionais da Advocacia-Geral da União, função essencial à Justiça, órgão técnico responsável pelo controle da legalidade e constitucionalidade dos atos administrativos, pela prestação de consultoria ao Estado e pela defesa do patrimônio público.


Entretanto, logo no artigo 2º-A, o projeto de lei infringe o princípio constitucional do concurso público, transformando em membros da Advocacia-Geral da União os meros detentores de cargos de natureza especial e em comissão de conteúdo eminentemente jurídico. O dispositivo permite a nomeação de pessoas sem qualquer vínculo com a instituição para ocuparem altos cargos de chefia à revelia da Constituição Federal e dos princípios da moralidade, da impessoalidade e do concurso público.


O teratológico artigo representa um atentado ao Estado Democrático de Direito, reinaugurado em 1988, quando a Constituição eliminou do convívio da AGU e do serviço público o compadrio e o clientelismo, que envolviam as nomeações políticas sem critérios técnicos e sem o filtro da isonomia de oportunidades e da eficiência administrativa resguardadas pelo concurso público.


O disposto no artigo 58 do projeto abre as portas para a advocacia sem advogados, ao permitir que meros bacharéis em Direito, sem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e sem concurso público, ocupem os cargos na AGU, que devem ser exclusivos, conforme determina a Carta Magna.


E, se já é difícil, conquanto indispensável, o controle da probidade no serviço publico, imaginemos como será trabalhoso o controle de consultores privados sem qualquer vínculo ou compromisso com o Estado brasileiro.


O projeto de lei também engendra a hierarquização excessiva, que viola a independência técnica do advogado público, resguardada pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, tornando engessada a atuação dos advogados públicos federais.


Cita-se como exemplo o conteúdo dos parágrafos 5º e 6º do artigo 26, que possibilitam a punição por “erro grosseiro”, consistente na subjetiva, amorfa e antijurídica “inobservância das hierarquias técnica e administrativa fixadas na lei complementar, no regimento interno da Advocacia-Geral da União e nas disposições normativas complementares dos órgãos da Advocacia-Geral da União”, demonstrando uma clara tentativa imposição do entendimento pessoal do superior hierárquico imediato. Noutras palavras: mero ato normativo infralegal pode, em tese, vincular e, por fim, apenar a atuação dos advogados públicos, em detrimento da Constituição Federal e das Leis.

Nesse sentido, os advogados públicos federais já se submetem aos pareceres vinculantes da AGU e à hierarquia inerente ao serviço público federal. Todavia, a previsão abre a possibilidade de perseguição funcional, uma vez que filigranas administrativas subjetivas podem ser utilizadas para tentar inibir uma atuação impessoal e pública, além de cercear a independência técnica do advogado público para dizer o Direito.


Da mesma forma, o artigo 4º, XXII, do projeto concede ao Advogado-Geral da União o poder de suspender, com prazo determinado, a exigibilidade de créditos tributários e não-tributários no curso de processo de conciliação. Esse dispositivo de natureza eminentemente tributária é subliminarmente plantado num projeto de lei orgânica da Advocacia Pública Federal, sem qualquer relação com o objeto legislativo, criando uma situação esdrúxula de suspensão da exigibilidade do crédito tributário sem similitude no Código Tributário Nacional, o qual pode ser utilizado como instrumento político nefasto, em detrimento dos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.


Assim, é clara a tentativa de esvaziamento do espaço público da AGU na proposta, constatada em face do desproporcional alargamento da discricionariedade conferida às competências do Advogado-Geral da União e na possibilidade de privatização das consultorias jurídicas dos ministérios de Estado.


Portanto, sob nosso Estado de Direito e sob a custódia da opinião pública, ao apreciar o mérito do PLP 205/2012, o Parlamento brasileiro deve preferir a Constituição Federal à vontade do governante de plantão, salvaguardando a sociedade brasileira daqueles que buscam tratar a coisa pública como se sua fosse.

Heráclio Mendes de Camargo Neto é procurador da Fazenda Nacional, diretor de Assuntos Profissionais e Estudos Técnicos do Sinprofaz.

Allan Titonelli Nunes é procurador da Fazenda Nacional e presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz).