BSPF - 23/11/2014
Não sei quem inventou que o servidor público não trabalha.
Se quiser tem trabalho para as 24 horas do dia.
Desde que voltei de Brasília, muitos têm me perguntado sobre
minha experiência no Serviço Público Federal. Assimiladas as provocações,
resolvi compartilhar com vocês o que aprendi:
Soft Power
O termo é usado na teoria de relações internacionais para
descrever a habilidade de um corpo político, um Estado, para influenciar
indiretamente o comportamento ou interesses de outros corpos políticos por
meios culturais ou ideológicos. Sempre acreditei ser possível fazer a analogia
deste conceito para o relacionamento interpessoal. Há três modelos básicos para
influenciar outra pessoa: por meio de ameaça ou do poder formal hierárquico –
manda quem pode e obedece quem tem juízo; mostrar a cenoura ao coelho para que
ele se mova; e cooperar e simpatizar até o ponto em que todos queiram o mesmo
que você.
No serviço público a blindagem da carreira e a robustez das
autarquias simplesmente não deixam espaço para chicotes ou cenouras. Não
adianta esbravejar e nem falar que dará bônus, pois o primeiro não afeta quem
tem estabilidade e o segundo, por motivos dos quais não concordo, não é
permitido. Resta então somente a terceira via, ou seja, cooperar e simpatizar,
porque somente deste modo a equipe lhe proporcionará o resultado desejado.
Trabalho para as 24 horas do dia
Não sei quem inventou que o servidor público não trabalha.
Sinceridade? Os caras trabalham pra caramba! E tem mais, o nível técnico é
altíssimo! Superior, inclusive, aos encontrados no setor privado. Se quiser tem
trabalho para as 24 horas do dia. O serviço público é igual ao de qualquer
empresa do setor privado. Existem 1/3 dos funcionários que não produzem (por
estarem no local errado ou por desmotivação), 1/3 que cumprem seu papel e ponto
e os últimos 1/3 que trabalham dobrado pelos que não produzem.
A diferença é que no setor privado os que não produzem
poderão ser convidados para a rua. Como isso não acontece, o sistema fica
contaminado e resta ao gestor uma única opção: motivá-los a qualquer custo, o
que joga mais peso no “soft power”. Sinceramente é preciso rever com urgência o
sistema de gestão de pessoas no serviço público.
O mito da tomada de decisão
Sempre escutei que o governo era muito lento na tomada de
decisão e...
Leia a íntegra em Opinião: Coisas que aprendi no Serviço Público Federal
Fonte: G1